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APRENDER A BRINCAR E A JOGAR CRIANDO LAÇOS AFETIVOS NA RELAÇÃO PARENTAL

Para Barbosa (2006), os tempos atuais fazem com que os adultos acreditem que as crianças precisam superar a infância de forma muito rápida e, por isso, trata-as como adultos nas mínimas acões: formas de vestir, nível de exigência, linguagem entre outras; a brincadeira, no entanto, é vista como um elemento importante para a vida humana. Alguns estudiosos destacam as brincadeiras como essenciais para o desenvolvimento das crianças e de suas relações com o mundo. Segundo Brougère (1995), a brincadeira proporciona prazer e faz com que a criança construam suas relações; Barbosa (2006) afirma que a brincadeira possibilita à criança o desenvolvimento de uma experiência para se movimentar, coordenar-se, pensar, compreender significados, comunicar-se, conhecer a novidade e perceber-se como alguém participante do processo.
Eliminar a brincadeira ou desvalorizá-la significa, portanto, mudar o rumo do desenvolvimento da infância, principalmente no que tange ao desenvolvimento da dimensão simbólica, na qual se destacam a imaginação e a afetividade. O jogo implica, para a criança, muito mais do que o simples ato de brincar, é por meio do jogo que ela se comunica com o mundo e também se expressa.
O jogo infantil pode ser analisado sob diferentes enfoques, segundo Friedmann (1996), estes enfoques podem ser:
  • Sociológico: a influência do contexto social nos quais os diferentes grupos de crianças brincam.
  • Educacional: a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança.
  • Psicológico: o jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psique, das emoções e da personalidade dos indivíduos.
  • Antropológico: a maneira como o jogo reflete, em cada sociedade, os costumes e a história das diferentes culturas.
  • Folclórico: analisando o jogo como expressão da cultura infantil através das diversas gerações, bem como as tradições e costumes através dos tempos nele refletidos (FRIEDMANN, 1996)

Nesse sentido, brincar passa a ser uma ferramenta importante do cotidiano, pois, por meio das brincadeiras a criança aprende sobre a cultura em que vivem as regras de convivência social, os movimentos amplos e finos, a linguagem e a lida com as situações diferentes.

Brincando, portanto, a criança coloca-se num papel de poder, em que ela pode dominar os vilões que provocariam medo ou que fariam sentir-se vulnerável e insegura. a brincadeira de super-herói, ao mesmo tempo que ajuda a criança a construir autoconfiança, leva-a a superar obstáculos da vida real, como vestir-se, comer um alimento sem deixar cair, fazer amigos, enfim, corresponder às expectativas dos padrões adultos. (LEVINZON, 1989,P.66)

A brincadeira como forma de comunicação e de estreitamento de relações deve começar no seio da família. Pois, aprender a agir e a brincar se dá na intimidade com o outro. Segundo Oliveira;

Não há possibilidade de aprendizagem e consequentemente de humanização fora do convívio social, e mais do que isso, sem vivenciar e sentir realmente um vínculo afetivo, estável e confiável, que no começo é muito mais sentido do que manifesto. (OLIVEIRA, 2000, P.17)

(Livro: Sou Professor! A Formação do Professor Formador)